A amizade tem limites?

Não gostaria e não consigo tornar este assunto generalizado, porque a minha resposta é que a amizade deve ser baseada na confiança, e na reciprocidade.
Mas porquê escrevo este post? Sempre achei os comentários sobre a amizade entre Raul Seixas e Paulo Coelho algo incerto. Incerto porque cada um que vejo fala uma coisa diferente! Não conseguia saber qual era a verdade, até porque o próprio Raul, quando perguntado sobre tal amizade, ele mesmo sempre distorcia a história, acho que porque era algo muito pessoal, e Raul, apesar de não demonstrar, era uma pessoa que tentava manter-se reservado, ao menos em alguns pontos.
A amizade entre os dois era tão grande (penso que mais por Raul), que de 1973 até 1976 ele colocou o Paulo Coelho oficialmente como letrista de muitas músicas. Dizem que em poucas houve a colaboração do amigo Paulo...
Há tempos penso sobre isso, mas só pude concluir a capacidade musical do senhor Paulo Coelho depois de ler um livro seu. Realmente, ele é uma pessoa que sabe fazer um marketing com seus escritos! São muito 'comerciais'! Admiro sua atuação como escritor, e penso que fazer as pessoas lerem, qualquer coisa, qualquer um já merece uma grande salva de palmas!
O que eu fico indignado foi de como toda essa amizade acabou. Enquanto um morava em um castelo (de fato), o outro estava nos bares de São Paulo, esperando a gentileza de um admirador de sua obra lhe pagar uma dose!
             
Penso que pelo o que se percebe, houve uma troca de interesses muito grande nessa relação, e o maior beneficiado não foi Raul. Ao menos o Paulo reconhece que se ele não tivesse conhecido Raul, talvez ele não tivesse reconhecimento nenhum, e não conseguiria escrever "para as massas", pois aprendeu isso com Raul Seixas, de acordo com algumas entrevistas encontradas  no YouTube.

Mas e esta questão dos limites da amizade? A amizade não é apenas troca de interesses, isso são relações capitalistas e interesseiras. A amizade é "ser pelo outro", e Paulo não sabia disso e não fez nada disso, pois em nenhum de seus livros (que eu saiba) não existe dedicatória alguma à Raul.

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