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Mostrando postagens de março, 2016

Luxo

Eu não fui educado para consumir Nem para esbanjar Para mostrar Bancar status Pagar de gatão A humildade dos meus pais Está no meu pescoço Em um cordão Que está sempre em mim, preso Mas parece que não significa nada Não significa nada porque eu quero sempre mais Eu não consigo ser aquele hippie Ou aquele simples cara Que só tem o que precisa Eu tenho o que posso precisar Eu tenho excessos Sou uma pessoa de excessos Nunca gostei do mediocre Antes sem sal do que sem pimenta Sem farinha Eu tenho medo de um dia Não saber de algo Que eu possa precisar conhecer Eu tenho medo de estar de moto na chuva, sem opção Eu tenho medo de estar de carro ao Sol, sem o vento no rosto Eu tenho o que eu posso precisar Mas não preciso de tudo o que tenho sempre Por quê aquela grama é mais verde? Eu sempre busco essa resposta Mas não encontro Como não encontro Eu quero, no mínimo A minha grama também verde E, se eu não conseguir Que o meu gramado seja o mais enfeitado

Morte

Quando vai vir Ainda não sei Não será no último copo de whisky Porque eu não bebo Ainda... Talvez ela venha naquele farol vermelho Que eu não respeitei e passei Ou naquele que distraído não vi Pode ser, também, quando eu passei no farol verde Corretamente Pode chegar na distração de outro No descontrole de outro No descaso de outro No prazer Na vontade, de outro Talvez seja  o fim Talvez seja o começo Talvez seja um recomeço Uma pergunta Uma resposta Nas 1000cc do meu coração Ela pode chegar de forma instantânea Sem pedir licença e sem avisar Talvez por culpa de um outro Mas pode ser por culpa minha Se ela vir pra mim Que chegue, e fique comigo Só comigo Minhas companhias são sagradas e santas Não merecem desaforos das minhas visitas Chegar em vez de partir Não espero, não faça abrigo Parta comigo se vier Rapidamente É o que eu espero

Rebanho não usa óculos escuros

Eu uso óculos escuros durante a noite Eu os usaria sempre Sempre Veria tudo azul Veria tudo diferente do que eu sempre vejo Eu uso óculos escuros sempre Que posso Ainda tenho uma peça errada dentro de mim Que me impede de estar com os meus óculos No meio de quem não precisa Não estou 'drogado' A única droga que uso são os próprios óculos São os óculos que me fazem ser diferente Os óculos escondem os meus próprios olhos Que eu não quero mostrar pra você Eu uso óculos e os retiro do meu rosto Eu os retiro do meu rosto, na noite escura Quando o rebanho é o meu coletivo O meu rosto, de óculos, desvia a atenção do gado Na travessia da noite para o dia que já foi claro A noite eu enxergo melhor de óculos Óculos escuros A luz dos faróis dos carros apressados Que fecham os caminhos da minha motocicleta Parecem sóis, sóis que não me cegam Eu não sou 'drogado' Eu só quero te enxergar, sem a luz para ofuscar Sem que você rastreie o meu olhar Eu olh

Ode a Loucura

Aprendi a amar os loucos Compreendi Depois de profundo preconceito e ignorância Que só os loucos sabem Elogio a loucura Porque são os loucos que sobrevivem Os loucos não precisam perder a razão Loucos fazem Loucos têm emoção Espero um dia presenciar uma situação Em que chamar alguém de burocrata Seja um palavrão maior Do que 'Filho de uma Puta'' Há nobreza nas putas, coragem Os loucos sabem antes Os loucos cantam E, qualquer tipo de louco Têm o meu respeito Seja o louco natural, ou o louco por acidente Têm minha sincera compaixão Loucos não são obedientes Eles apenas têm a sua própria forma A 'ciência' deles Não adianta proibir nada Proibir é induzir Proibir é seduzir Já viu equação sem variável? Esses pobres cientistas Procuram suas variáveis Nas experiências mais aviltantes Nas mais corajosas Naquelas mais contraditórias Se existe nobreza em Puta O que existe em um burocrata? Loucos facilitam Loucos escutam Não obedecem, m

Contravenção Penal

Insônia é mal que não padeço Durmo demais Sempre fora dos horários normais Enquanto os outros dormem Estou acordado A pensar A pensar, porque qualquer outra coisa que fizesse Seria desperdício O meu erro é pensar demais Desse mal padeço Padeço porque penso E, pensando muito Não me ponho a executar nada Nem os frutos do que penso Porque, de forma estranha Pensar é mais gostoso Não é porque escrever dá trabalho Mas é porque pensar é saboroso É o recheio que deu certo Quando a massa não vale a pena Pensar me agrada Assim está bem Não precisa agradar a mais ninguém Hoje estamos no meio do espetáculo E não vale a pena Dar munição para quem te procura como caça Alguns pensamentos são tão seus Que, por mais que você entenda das artes dos simbolos Jamais irá transmití-los da forma que ele é Seu Os raros estão jogados Fugir ou lutar? Pensar não está neste âmbito Quando o seu coração pede E prepara o corpo Alerta Pensar? Não há mais tempo É automático