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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Cadeia

Me permita não precisar trabalhar Me permita dormir em paz Me permita usar os meus 5 sentidos livremente Me permita comer bem Me permita, pelo menos, sair ao Sol Sentar ao lado da menina Sentir o cheiro das jasmins e das azaléias Ouvir o som dos escapamentos sujos ecoar nas paredes cinzas Visitas? Não, obrigado Mas, se vierem Entrem! Me permita Direitos Me permita a defesa dos meus Direitos Me permita a interpretação dos meus Direitos Me permite o exercício dos meus Direitos Me permita ter acesso a informação Acesso ao mundo da comunicação Me dê liberdade de expressão Me permita viajar para outra dimensão Deixe-me que me descubra Sem alienação Evolução Me permita recuperação

Estante

Por quê não voltamos àquela inocência de outrora? Por quê não deixamos tudo o que é processado? Por quê não percebemos o que é processado? Embalagem não é casca Nem toda tela é arte Quando você me perguntou se eu estava fingindo Eu te disse que sim Hoje, quando você me pergunta Eu nego Meu sangue plástico não é capaz de lubrificar o meu coração Meu cérebro elástico já não opera sob tensão A flexibilidade acabou Eu garimpo ideias numa prateleira Procuro frases feitas porque já não faço as minhas As esperanças não estão guardadas Nem escondidas Foram tiradas do rosto na lâmina Foram confundidas e caladas Hoje, não são nem compreendidas Foi tudo processado, oferecido e vendido Mantido como souvenir Assim, sob distanciamento Achamos que somos alguém Super-heróis Pelo o que temos na estante No coração? Apenas plástico