Sobre o cenário político atual e porque está difícil votar em 2018

Olá, Internet!

Bom, tenho ficado fora do blog por um bom tempo. Mas, porém, todavia, no entanto, nunca offline.
Hoje, é impossível ficarmos completamente offline. Até no WhatsApp ficamos sabendo do posicionamento político dos nossos contatos, mesmo que sendo por meio de ridicularização dos candidatos alheios, via 'Stories' e 'Status' diversos e aleatórios.
Neste segundo turno, sombrio, diga-se de passagem, votarei em Haddad.
O candidato escolhido é cabeça de chapa do PT, o tão famigerado Partido dos Trabalhadores, que já pode se mostrar no poder em diversos cargos e em diversas localidades do país. Sim, o partido do "Petrolão", do "Mensalão", do "Valérioduto"... pero que, analisemos:
Nos governos do PT houve corrupção, claro. But, ficamos sabendo da corrupção. Foi clara e escancarada! Exposta! Principalmente com Dilma, que deu total liberdade e investiu na Polícia Federal. Os termos acima, em aspas, muito conhecidos por todos graças à mídia de massa (que não chamarei de "golpista" para evitar rótulos de opinião parcial) foram cunhados com sucesso. Por quê será que, bem menos, do que os impopulares "Tucanoduto", Máfia da Merenda e a tão, tão gigante Máfia do Metrô? E a Máfia da Dersa? "Roboanel"?
Não precisa ter muito discernimento para perceber que a polarização do país está clara. Foi gerada, vagarosamente, entre os muitos governos petistas e tucanos, ao longo destes trinta anos de Constituição Cidadã (sim, cidadã, a estude, mas, antes, saiba o significado etimológico da palavra 'cidadão').
O câncer da corrupção representa já uma metástase que não será retirada assim, com discursos messiânicos e falsas declarações de honestidade. A corrupção foi meio de governo, maneira que o poder sempre usou para "manter o congresso controlado". Claro, precisamos nos livrar da corrupção, mas, discursos populistas e polarização trarão apenas mais corrupção.
Minhas ideias sempre foram mais ao Centro. O Estado deve sim privatizar e fiscalizar a economia (Keynes). Porém, as coisas estão ficando tão torpes que precisamos nos posicionar.
Não devemos privatizar setores estratégicos e únicos de nosso território nacional. Se estes setores forem privatizados, os candidatos a CEO's e a todo corpo diretor das companhias devem ser qualificados, aprovados por órgão federal e, posteriormente, escolhidos pelo povo! Sim! O Povo brasileiro deveria ser capaz de escolher, democraticamente toda 'board of directors' da Vale do Rio Doce, da Petrobrás, da Eletrobrás... Por quê não?
O brasileiro deveria comparecer à urna todos os anos, ao menos uma vez!
O candidato Jair Messias Bolsonaro vem com ideias populistas e fala coisas interessantes para o eleitor médio (ou meias verdades) em alguns de seus discursos, tão, tão alterados e mudados ao longo das eleições, para convencer os eleitores de Centro. Devemos tomar cuidado... quando não existe um planejamento, um projeto de país, não há problemas em mudar a direção de acordo com o soprar dos ventos... essa é a estratégia da velha política, que sempre usa a máscara de nova. A política dos Políticos Profissionais, como bem sempre disse Luiz Flávio Gomes, eleito deputado federal por São Paulo.
Um exemplo está na área da Segurança Pública: Estamos em um caos, não conseguimos sair às ruas com um celular nas mãos, não conseguimos nos livrar dos altos valores dos seguros! Suas ideias acerca da Menoridade Penal, do aumento do número de cadeias, do fortalecimento da polícia e de sua política de armas conquistaram quase a metade dos brasileiros. Mesmo passando por cima de cláusulas pétreas e tratados internacionais, essas ideias atraem votos, além de serem avessas aos Direitos Humanos e ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
O país é uma fábrica de pessoas desonestas, bandidos, traficantes, sequestradores... mas, porquê?
A política existe para atacar a causa raiz dos problemas, não apenas os sintomas. O candidato fala muito bem sobre uma possível melhoria dos sintomas, mas, como resolver todos os nossos problemas mais latentes sem políticas públicas? Sem propostas sólidas para a economia do país? Como resolver o problema da segurança com pregações de preconceito e homofobia? Mesmo o candidato tendo dito em algumas entrevistas que disse essas coisas em outro momento, e que mudou de ideia, o que foi dito, foi dito! Você gostaria de um presidente que falasse várias coisas más e depois voltasse atrás?
Nem o Trump, nos Estados Unidos da América, país mais ignorante do que se imagina no Brasil, consegue ser tão baixo, intolerante, demagogo e contraditório!
Democracia requere debate, conversa, tolerância, entendimento, participação. Eu, particularmente, não compreendo como que o candidato Bolsonaro, com laudo médico de dois médicos renomados, continua fazendo apresentações ao vivo na internet (lives do Facebook), continua participando de entrevistas de rádio, em campanha e tirando várias fotos, e não pode ir a um debate em cadeia nacional! Isto é um desrespeito com todos os eleitores, não só os dele!
Esse país ainda continua com a cultura de heróis, apenas mudaram de salvador...

Bolsonaro chega em um momento de crise política, moral e econômica. O país está desesperado, e, todos sentem-se derrotados. Estamos em um momento similar a Alemanha pré Nazi-fascismo, basta ler a história fazer as suas próprias comparações. Hitler chamou toda a Alemanha para estar contra o sistema, contra o establishment, propor uma política a favor da honestidade e da família. Era o que o povo alemão queria ouvir. Até a comunidade judaica votou em Hitler. Deu no que deu...
Do outro lado temos Haddad, com um discurso mais "paz e amor", como já conhecemos. A figura do Haddad, apenas ela, é excelente. Uma pessoa humana, professor universitário, prefeito premiado, nunca foi político profissional e coerente nas ideias e nos debates.
O grande problema é a sombra de Haddad: O Partido do Trabalhadores.
Eu trabalho na indústria metalúrgica, e, realmente, a política de base do PT é muito ruim. As pessoas são despreparadas e, muitos, desculpe-me se ofendo, são vagabundos profissionais. A militância já não existe mais. Dentro do sindicato reina a política, ainda, dos "amigos do rei", do "puxa-saquismo", do "gente-boa", do "toma-lá, dá-cá"...
Eu tenho medo desta política e dessas pessoas despreparadas no poder.
Mas, democracia requere decisão. Mesmo que votemos em branco, ou nulo, um deles irá ganhar. Precisaríamos de um grande movimento popular contra os dois candidatos, para que mais de 50% dos votos garantissem uma nova eleição, com candidatos diferentes.
Devemos escolher entre o medo maior, e o medo menor. Um representa um passado de violência, ditadura, truculência, intolerância. O outro, pode ser preposto de preso, mas representa uma época de prosperidade, projeto e desenvolvimento, ah, claro, com a roubalheira.
O Brasil precisa escolher se morrerá de câncer ou de AIDS.
Com qual passado você ficará? Qual futuro você deseja? Em quem mais acreditar?
O Presidente que vier herdará um país em uma situação difícil, pesquise...
Estamos todos no mesmo barco, e sem violinistas para embalar o naufrágio.

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