Se proteger
Retornei ao trabalho hoje, depois de uma semana de recesso (down-week) devido a baixa venda de veículos com a queda geral do mercado.
Estamos em tempos de eleição (para o poder execultivo, ainda), e, com esta semana de folga, muitos metalúrgicos da empresa onde trabalho puderam pensar a respeito dos dois candidatos que disputam o cargo de presidente do país agora, neste segundo turno: Dilma e Aécio.
Enquanto eu caminhava pelas linhas de montagem, indo até o ponto de uso de uma peça aqui, atendendo um chamado acolá, fui parado três vezes por operadores. Sem brincadeira. E pela primeira vez na minha vida profissional, não era para falar de trabalho, nem de mulheres, e nem de coisas irrelevantes: eles falaram sobre política. Autentes cabos eleitorais da Presidente Dilma Rousseff, candidata a reeleição pelo dito Partido dos Trabalhadores (quem não é trabalhador, não tem partido para eles).
O argumento usado por eles para a promoção da candidata foram os mesmos: "Cuidado com a direita"; "Vamos voltar ao passado"; "Você não chegou a viver a época dessa turma do Fernando Henrique, cuidado"; "A Dilma é melhor para a nossa categoria".
O último argumento me fez pensar:
- De fato, sou metalúrgico, assim como outros milhares de trabalhadores aqui em São Bernardo do Campo, mas, o que pode me fazer pensar em tomar uma decisão pensando nos 'companheiros', e não em todos e pelo todo?
Se proteger. Proteção.
Proteger os salários de até R$60,00 reais por hora. Proteger os maiores dicídios salariais do estado. Proteger um sindicato que luta apenas por maiores salários, PLR's, e aumentos, e nada pela educação do trabalhador (não como REALMENTE deveria). Proteger a minha carreira, a minha vida, os outros que se danem.
Não vou votar em Aécio, tampouco em Rousseff. Não vou de "voto útil". Não vou explicar o óbvio. Não sou como eles.
Se Belchior nos faz lembrar de que "O novo sempre vem", alguém, por favor, apresse esse "novo", porque ele está atrasado.
Controle
Kiko Zambianchi
Quiseram me dar o centro
Das atenções do momento
Quiseram me dar um filho
E todos seus documentos
Um lugar numa familia
Um posto numa empresa
Pelo silêncio da gente
Pela comida na mesa
Isso é controle não quero mais
Um pote grande de ouro
Se trabalhasse bastante
Uma medalha de honra
No final de cada ano
Quem sabe um Tv a cores
Se tudo fosse beleza
Pelo silencio da gente
Pela comida na mesa
Isso é controle não quero mais.
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