Injetoras Sandretto

Bom pessoal;

Quando eu trabalhava com plástico, uma das fabricantes de máquinas que eu me impressionei pela tecnologia empregada na época foi a Sandretto Industries S.R.L., que hoje é Sandretto do Brasil, pertencente ao grupo ROMI S/A, em toda a Europa, e aqui no Brasil, controlada pela Nardini S.A.


Pude comprovar a diferença de qualidade de uma Sandretto Italiana e uma nacional, fabricada pela Nardini.

As italianas são sem comparação! Máquinas excelentes para a sua época (década de 90). A eletrônica SELEC, projetada pela Sandretto, tem um ótimo custo benefício. O grande problema atual é a falta de peças no mercado mundial, pois essas máquinas estão ficando instintas, e muitas já foram e estão sendo "retrofitadas" aqui no Brasil por essa causa. Particularmente, sofri com algumas máquinas série MEGA T e série OTTO, por travamentos na CPU, falhas de Hardware, e o que foi pior... Em um certo episódio, uma mangueira escapou do manifold da máquina ao lado e ficou jorrando água em cima do SEF 100 de uma série OTTO durante um dia inteiro de serviço! Mesmo com o painel eletrônico todo molhado, a máquina ainda trabalhou um bom tempo, mas foi necessário trocar a placa de interface do vídeo posteriormente... O pior é que a manutenção é a ultima a saber nesses casos...

Sei que nessa época, a Sandretto tinha os dedos dos projetistas dos grupos Cannon e Taylor`s, fabricantes de máquinas nos Estados Unidos (HPM, por exemplo), mas mesmo assim, a Semeraro só soube fabricar máquinas quando recebeu a licença da Sandretto internacional. Apesar da tradução da IHM ser muito ruim, deixo os meus parabéns! Excelentes máquinas essas!
Sandretto Nacional de grande porte. Testar para comprovar...
Já as Sandrettos Nacionais, pelo amor! Nem as chinesas FCS e Haitian deram tantos problemas!
Primeiro que para injetar peças muito técnicas, que é o caso de onde eu trabalhava, a máquina "não vai"... Na série Lógica, existe um erro de projeto, que a máquina "abre" a placa de fechamento durante a injeção, mesmo com todas as especificações do molde e da máquina estando corretas... Vários profissionais da Sandretto foram até a fábrica visitar esta máquina, e tentar resolver os problemas. Trocaram até o motor hidráulico, porque ela também não carregava de forma uniforme PA66 com o motor Standard. Mesmo assim, com aquela peça, ela não trabalhava bem, e, para se ter idéia, este produto injeta super bem em uma Haitian, com força de fechamento inferior a Sandretto Lógica...

A parte elétrica é boa, mas a eletrônica... Um CLP chinês, a IHM idem. A IHM carregava o programa sobre a plataforma do Windows 98 ainda! Sei porque certa vez ela travou, depois reiniciou sozinha com a tela do W98...
Fora os nomes ambiguos na tradução mal feita também...
O Touch Screen falhava sempre também, assim como o painel táctil. Sem comentários!

Depois que a ROMI assumiu a Sandretto Internacional, não sei como estão as máquinas, mas gosto da ROMI.
No que diz respeito à máquinas injetoras, conheço até as antigas ROMI-REED, com painel PCR, e também as antigas Control Master I e II, controladas por CNC Fanuc, excelentes máquinas, hidráulica simples, operação simples...

Sei que para o futuro uma coisa é certa: Cada vez mais os chineses estão tomando o mercado com força total, e até que eles têm um bom custo benefício.

Não trabalho mais com plástico, mas fica a saudade, e por isso nunca deixo de me atualizar.

Até+!

Comentários

  1. Interessante seu post, trabalho com injetoras de menor porte, estranho é nunca ter ouvido falar nessa marca. Vou procurar me informar sobre elas no Brasil, pois as que uso não aqui.

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  2. Obrigado Wellington! Existe injetoras Sandretto de menor porte também. As antigas são muito boas! Até+!

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  3. Até hoje nunca vi máquina igual à PIC 62. Simples e eficiente. E eu só trabalhava com PA6630FV e POM. Rodava 24hs direto. Uma maravilha. Depois o patrão inventou uma Battenfeld. Não rodava. Trocou rosca, o fornecedor de material fez ajustes e nada... Voltamos para boa e velha PIC...

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  4. realmente, tambem tive pic 62 ´ ano 78 era uma maravilha, rapida e produtiva com manutenção de fusca

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  5. Caro Fernando, meu nome é Gilberto e pertenço ao corpo de funcionários da Sandretto do Brasil desde 1994 e fico triste em saber que alguém com tanto conhecimento e estudado quanto você possa falar tantas coisas sem nexo e sentido sobre uma empresa que tem mais de 80 anos de experiencia com máquinas injetoras, eu estou até cansado de repetir algumas informações mas vamos lá, eu posso lhe dar um muito conhecimento e informação sobre este assunto. Primeiro a Sandretto está no Brasil desde 1989 através de uma Joinventure com a Irmãos Semeraro (que na época era a maior fabricante de maquinas brasileira) e iniciou suas atividades produzindo a Série Otto, maquina consagrada em todo o Brasil como uma das melhores maquinas já fabricadas em toda a história. Em 1999 descidiu abrir uma filial da empresa italiana no Brasil, esta ja pertencia a Cannon Company onde todos os envolvidos com máquinas injetoras na Semeraro foram convidados a integrar. Praticamente 85% do quadro de funcionários foram para a Sandretto do Brasil. Em 2005 a Sandretto foi vendida ao Grupo Taylors que dividiu as filiais no mundo todo o que tornou a Sandretto do Brasil uma marca nacional. Os mesmos funcionarios integravam o quadro e a engenharia passou a ser nacional. Desde 1992 quando começaram a sair as primeiras máquinas da linha SESA nossa engenharia já colocava a mão na massa em grandes projetos e foi assim com a SESA, SESA G, SESA LC
    (para quem não sabe o nome SESA vem de Semeraro / Sandretto) SB UNO (Sandretto do Brasil UM) Série NOVE, Série Logica, Série MEGA e a a partir de 2005 a engenharia passou a ser gerida pelo Brasil. Desde então a Sandretto só inovou, a Automata que era do Grupo Cannon continua fornecendo nossos comandos eletronicos até hoje, e ainda temos a Austriaca B&R que fornece os comando para toda a linha ecoLogica, exceto algumas linhas chinesas TOP de mercado usam um comando que garante uma repetibilidade 0,02% do peso das peças injetadas. Todas as linhas citadas acima usam um comando muito pobre e uma hidráulica dos anos 70 com válvulas super dimensionadas e baixissima velocidade de operação.
    Infelizmente a máquina de sua empresa deve ter sido um grande problema, que talvez se tivesse sido cuidada por profissionais, estes pudessem contornar os problemas que aparentemente são simples de resolver.

    Condenar uma empresa por conta de uma máquina que pode ter sido construida em uma fase de transição entre uma venda de um grupo para outro pode ser injusto, e gostaria de convidar a quem quiser avaliar uma máquina Sandretto hoje a realizar um teste, conhecer nossas instalações e dizer se mantemos ou não a mesma qualidade de projetos de nossos antecessores.

    Há uma incansável busca pela melhoria continua, uma batalha diaria em busca de novas tendências de mercado e necessidades dos nossos clientes e isto pode ser visto em cada máquina personalizada, onde a adequação de projeto é fundamental.

    Gostaria de me colocar a disposição para quaisquer esclarecimentos e dizer que tecnicamente não perdemos em nada para nossos concorrentes. A Sandretto hoje no Brasil produz máquinas de 70 a 3300 toneladas de força de fechamento.

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    Respostas
    1. Gilberto;

      Comentários como o seu só enriquece o propósito deste blog, muito obrigado. Espero, realmente, que a experiência que tive com a Sandretto do Brasil tenha sido um caso isolado.

      Um abraço.

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