Ponteiros

Essa pele rasgada
Esse corpo vadio
Vadio e Preso
Uma vadiagem controlada

Esse corpo que sabe que anda por caminhos errados
Que todos vêem como caminhos certos
Todos sabem que são os caminhos certos
Esse corpo sabe que saber as vezes atrapalha

Esse corpo
Que tem um olhar sempre confuso
De questões sempre em construção
Vaga sem vaga

Esse corpo tem um rosto
Que ri falsamente
E olhos
Que choram de verdade

Olhos que são do amor
E que
Por essa razão
Desconhecem a armadilha

Aprenderam a vê-la
Processá-la
E deixar o corpo
Cumprir seu papel

Papel de andar a milha verde
E de se ater a instrumentos
De bolso e de pulseira
De controle

Esse corpo não é controle
Esse corpo é controlado
Esses olhos enganados
Essa mente consciente

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