Não gosto de igrejas evangélicas

Este post vai soar mais como um lamento de um adolescente rebelde. Um texto imaturo, com uma opinião rasa. É isso que não quero perder.

Não gosto de igrejas. E digo isso pensando desde o meu passado mais distante, bem para trás, mesmo. Desde criancinha, nunca gostei. Penso que existem várias explicações para este ódio a igrejas, algumas racionais e, outras, irracionais.

Igrejas são instituições que se intitulam donas de uma moral e uma razão utópicas. Ninguém lá dentro é bom o suficiente o quanto deveria, principalmente nas igrejas evangélicas, que considero as mais fundamentalistas morais do que qualquer outro tipo de igreja, e mais contraditórias.

As igrejas evangélicas que conheço e que já até frequentei (em eventos como batizados e casamentos e umas duas vezes como convidado) arrebanham os incautos através de uma espécie de hipnóse arcáica: a fórmula envolve muito barulho, muitas pessoas no mesmo lugar e sempre uma forma subliminar de "pertencimento", como vocabulário, vestimenta e, principalmente, a música (que muitas vezes é muito boa).

Imagine Cristo, e tenhamos aqui Jesus Cristo demiurgo, não como o Cristo histórico, mas o Cristo 'Messias', o filho de Deus: se Cristo visitasse uma igreja como essas, tenho certeza de que ele teria repúdio destas instituições, porque mais se assemelham aos antigos templos com os vendilhões que ele expulsara do que os próprios mercados e shopping centers.

A verdade é que a lavagem cerebral inicia-se quando somos pequenos, crianças, que podem ser dominadas pelo medo. Quando visitei a China, foi o que todos os chineses me explicaram: aqui não temos igrejas e religiões fortes pois não nos ensinam nada quando somos pequenos, não plantam ideias em nossas cabeças. O chinês procura a religião sempre depois de adulto, ao passo que a grande maioria da população é atéia.

A verdade é que, de forma até mística, atraímos para nós tudo o que odiamos. Isso ocorre nas esferas mais importantes da vida, como na sua vida de casado, sua vida profissional e sua vida escolar. Pelo menos, foi o que sempre ocorreu comigo. Muitas coisas que odeio consegui manter longe de mim, a exemplo das drogas. Já no que diz respeito aos fundamentalistas religiosos, "crentelhos" e evangélicos, estes me perseguem em todos estes lugares. De namoradas a esposas e amantes, mulheres evangélicas sempre me cercaram. Todas elas têm em comum a ganância e o interesse em uma vida de conforto. Odiernamente, me sinto muito mal, por, sendo heterossexual, nunca pude encontrar uma mulher parecida comigo, nunca. Uma pessoa de cabeça mais 'secular', que entenda minimamente de filosofia ou, isso nem precisaria, só bastaria uma pessoa que saiba que a religião é um instrumento de poder, de controle das massas e isso já seria de grande alegria para este coração anarquista. Desde criança isso foi sempre muito claro para mim.

É claro que o amor existe. É claro que o ódio, também. Da mesma forma que o medo e a fé, grandezas de que as religiões se aproveitam tanto: o medo da morte e a fé cega em idéias como as de "deus humano", julgador, soldado, vingador e benevolente, general e santo, um misto de contradissões que só existem no universo religioso de recortes bíblicos.

Assim seguimos com uma classe trabalhadora enganada, hipnotisada, e, os errados somos nós, pois somos nós que podemos ser apedrejados e cuspidos, vilipendiados pela maioria guiada pelo véu da ignorância. Os caminhos da dúvida e do questionamento são passíveis de pena de morte para estas 'pessoas'. Afinal, a palavra 'pessoa' hoje não soa bem.

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